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Apenas 46,4% de mulheres sem instrução ou com Ensino
Fundamental incompleto utilizam algum método contraceptivo, enquanto a
porcentagem de mulheres com Ensino Superior completo que utilizam algum método
chega a 69,7%. Os dados foram obtidos pela pesquisa Critério Brasil, que
mostrou ainda que o planejamento familiar e o conhecimento sobre métodos
contraceptivos não atingem os 68% dos brasileiros que constituem as classes C,
D e E. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), 87% de mulheres sem
instrução ou com ensino fundamental incompleto já tiveram uma gravidez.
"Diferentemente do que se pensava há alguns anos, a presença da educação
sexual no ambiente escolar não incentiva a prática de relações precocemente,
muito pelo contrário. Ao discutir o assunto em sala de aula, os alunos muitas
vezes esclarecem pontos que não se sentem à vontade para abordar com a família
e passam a compreender melhor seus corpos, a fase em que se encontram e suas
vontades individuais, evitando sucumbir às pressões impostas pelos colegas e
cometer erros como se esquecer da camisinha, por exemplo", destacou Afonso
Nazário, ginecologista e professor Livre-Docente do Departamento de Ginecologia
da Unifesp. Em contrapartida ao cenário brasileiro, países com alto
desenvolvimento econômico e social têm uma forte cultura em se tratando de
educação sexual. Na Suécia, por exemplo, as aulas são obrigatórias no sistema
público desde 1956 e, consequentemente, o número de gestações indesejadas,
principalmente entre adolescentes, é baixa. "Levando em consideração o
perfil populacional brasileiro e suas necessidades, o principal papel desse
tipo de orientação é mostrar à mulher que há inúmeras maneiras de planejar seu
futuro. Neste Dia Internacional da Mulher, a mensagem principal para todas as
brasileiras é que saibam a importância da conscientização sobre os cuidados com
a saúde, os diferentes métodos contraceptivos, a prevenção de doenças
sexualmente transmissíveis e que têm liberdade de escolha", lembrou o
ginecologista.
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