Foto: Reprodução / Polêmica Paraíba |
Diante da existência de um suposto esquema de corrupção em
Furnas, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao ministro
Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que sejam tomados os
depoimentos de Aécio Neves (PSDB), do ex-ministro José Dirceu, do ex-senador
Delcídio Amaral (PT-MS) e do ex-secretário-geral do PT, Silvio Pereira. Segundo
informações do Estado de S. Paulo, Janot ainda pede que os relatórios da
Controladoria Geral da União (CGU) e do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre
o "mensalão de Furnas" sejam acrescentados à investigação. Se o
pedido for aceito, essa será a primeira vez que Aécio, que foi citado na
delação de Delcídio, vai depor sobre Furnas. A suspeita é de que o líder do
PSDB teria se beneficiado do esquema na estatal de energia. Para apurar a
versão apresentada pelo delator e lobista Fernando Horneaux de Moura, Janot
também requer que a apuração seja prorrogada por mais 60 dias. De acordo com
Moura, ele foi informado por Dirceu, em 2003, de que Aécio pediu a Lula para
que o então diretor de Engenharia de Furnas, Dimas Toledo, fosse mantido no
cargo. Quando foi dar a notícia a Toledo, suspeito de operar o esquema, Moura
conta que foi avisado por ele que haveria uma divisão de propina. Segundo o
delator, a propina seria dividida em um terço para o PT nacional, um terço para
o PT de São Paulo e um terço para Aécio. "Na presente hipótese, os
elementos informativos já reunidos nos autos apontam para a verossimilhança dos
fatos trazidos pelos colaboradores e denotam a necessidade de aprofundamento
das investigações, notadamente quanto o envolvimento de Dimas Fabiano Toledo no
evento criminoso e a sua relação com o senador Aécio Neves", pontua Janot
no documento. Ainda segundo a publicação, Moura acompanhou as discussões com o
então ministro e Pereira sobre o loteamento de cargos do governo federal, como
as diretorias das estatais.
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